Resumo (PT):
Em A Cerâmica Grega na Fachada Atlântica da Península Ibérica procuramos descrever e interpretar o
conjunto de dados históricos e arqueológicos disponíveis para o estudo das cerâmicas gregas e das relações
comerciais estabelecidas entre o Mediterrâneo Oriental e a fachada atlântica da Península Ibérica, entre os séculos
VII e IV a.n.e.
É objetivo desta obra compreender as características e evolução dos intercâmbios comerciais de cerâmica grega
em cada comunidade e nos vários momentos da diacronia de ocupação de cada sítio arqueológico. Procuramos
igualmente compreender em que circunstâncias estes produtos são utilizados no quotidiano e em contextos funerários
e/ou de natureza votiva, e de que forma foram entendidos como objetos de prestígio e consumo de ostentação. Esta
análise teve em consideração os diferentes alcances das cerâmicas gregas nas distintas comunidades que, por um
lado as recebem de forma mais ou menos direta e continuada, por outro as reinterpretam e assimilam em diferentes
graus e de formas diversas.
No sentido de enquadrar a temática em estudo apresentamos, sumariamente, os dados historiográficos e
arqueológicos conhecidos e as determinantes geográficas que condicionaram a chegada e obtenção destes produtos.
Para cumprir os objetivos acima referidos, realizamos a análise tipológica e o enquadramento contextual destes
bens, através da descrição dos materiais e dos contextos arqueológicos a que se associam. Partimos do estudo
individual de cada um dos sítios arqueológicos com registo de importações gregas, valorizando aspetos ligados
à fisiografia destes espaços e aos vestígios da ocupação da Idade do Ferro neles identificados. O enquadramento
cronológico destes materiais foi possível graças à interpretação da estratigrafia e à análise das associações entre os
vasos gregos, outros bens importados de diferentes proveniências e naturezas e as produções cerâmicas de fabrico
local/regional.
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No que diz respeito à descrição e caracterização das cerâmicas gregas, e atendendo à diversidade de vasos
identificados na fachada atlântica da Península Ibérica, estas produçõessão agrupadas e discriminadas segundo a sua
cronologia, origem, técnica decorativa e forma.
Com esta obra foi possível documentar arqueologicamente mais de mil fragmentos de cerâmica grega, distribuídos
de forma díspar por quarenta e oito sítios arqueológicos. Analisamos as transformações culturais verificadas no
momento da introdução destes bens e as influências exógenas que poderão dela resultar. Estas transformações foram
interpretadas à luz dos ritmos e das dinâmicas de importação da cerâmica grega, dando-se particular destaque aos
diferentes alcances do comércio destes produtos em cada comunidade e região considerada. São também abordadas
questões alusivas ao uso destas materialidades nos hábitos das populações, cultural e geograficamente distantes do
local onde estes bensforam produzidos.
Por fim, apresentamos uma série de problemáticas tentando contextualizar criticamenteos dados compilados neste
estudo, dando uma visão de conjunto da complexidade das relações de intercâmbio estabelecidas nas redes de
comércio de produtos orientalizantes com as comunidades sidéricas da fachada atlântica da Península Ibérica. A
par desta análise abordamos as questões relacionadas com especificidades locais e/ou regionais que se traduzem em distintas preferências ou dinâmicas de importação, e o modo estas comunidadesrecebem e interpretam estes bens forâneos
Abstract (EN):
Language:
Portuguese
Type (Professor's evaluation):
Scientific
No. of pages:
445
ISBN:
978-989-9082-10-6