Resumo (PT):
O ensino do método de representação axonométrica tem-se limitado, quase em exclusivo, à axonometria técnica ou normalizada (com ângulos determinados e coeficientes de redução convencionais). Ou seja, temos vindo a ensinar aos nosso alunos este tipo de representação no âmbito do desenho técnico e não como método descritivo. O que se compreende, por um lado, devido à dificuldade de o abordar por esta última via e, por outro, pela falta de operacionalidade dos processos construtivos vulgarmente ensinados, como sejam, o “das coordenadas” ou do “paralelepípedo circunscrito ou envolvente”.
Propomo-nos, nesta curta intervenção, divulgar um outro método, dito “dos cortes”, que se baseia na inter-relação de projecções diédricas com a projecção axonométrica, permitindo tornar funcional, inclusivamente a trimetria. Conscientes de que a representação axonométrica se tornou, por acção do CAD, no meio preferencial de construir objectos em 3D, em conjugação com múltiplas “visões” ortográficas do mesmo, apresentamos este procedimento construtivo, saído da lógica projectiva da axonometria, procurando afirmar que a axonometria rigorosa ortogonal também tem (ou ainda tem) lugar no estirador, ao serviço do trabalho de concepção espacial. Daí que ilustremos esta apresentação com trabalhos da Cadeira de Projecto I realizados por alunos de Geometria da FAUP.
Em concreto este processo construtivo consiste no rebatimento dos planos coordenados para o interior da pirâmide axonométrica (para evitar que os planos coordenados apresentem faces distintas após o rebatimento), seguido de uma translação de cada par de eixos de coordenadas segundo uma direcção normal à charneira do rebatimento, permitindo a representação de cortes horizontais e verticais do objecto. Por contra-rebatimento e através da conjugação de, pelo menos, dois cortes, obtém-se a projecção axonométrica do objecto.
Language:
Portuguese
Type (Professor's evaluation):
Scientific
License type: