Resumo (PT):
Comunicação sobre o Diatope de Xenakis, integrando a
Conferência II, "Diálogos: Música e Arquitectura" moderada por Júlio Machado Vaz e com a participação de Ruy Vieira Nery, no âmbito do evento "A Música no Espaço" comissariado por Júlio Machado Vaz e Nuno Grande.
“Le Diatope ou a concretização de um sonho”, porque esta obra de Xenakis, segundo palavras do próprio, foi a “concretização de um projecto que estava no [meu] seu espírito desde há vinte anos”. Sendo o Diatope realizado em 1978, defronte do Centro Georges Pompidou, no âmbito das comemorações de inauguração do famoso edifício de Renzo Piano e Richard Rogers, feitas as contas, verificamos que Xenakis se reporta ao ano de 1958, ou seja, à experiência pioneira proporcionada por Le Corbusier com a concretização do ‘poème électronique’, ou do Pavilhão Philips da Exposição de Bruxelas, uma obra feita a três mãos por Edgar Varèse, Le Corbusier e Xenakis, embora a mão do último, o nosso homenageado, tenha tido uma preponderância decisiva na definição arquitectónica do edifício e na elaboração do intermezzo musical – concret ph – que se ouvia entre as sucessivas apresentações do ‘poème électronique’.
Se para Xenakis realizar o Diatope terá sido a concretização de um sonho para mim o sonho seria poder estar no seu interior, a desfrutar desse espectáculo – obra de arte total – onde verificaríamos a efectiva interacção da música – La légende d’Er – e do espaço arquitectónico – o Diatope – varrido pela luz e pela cor, pontilhada por flashes sucessivos ou por rectas corporizadas por lasers, tudo em perfeita sintonia, e no final talvez compreendêssemos algumas declarações de quem assistiu ao espectáculo, que o classificaram como “terror estético sublime de sobrecarga sensorial” ou “equivalente auditivo de olhar directamente para o Sol”.
Language:
Portuguese
Type (Professor's evaluation):
Scientific