Resumo (PT):
Esta obra coletiva, organizada no âmbito do projeto de investigação «Modos de Vida e Formas de Habitar: ‘ilhas’ e bairros populares no Porto e em Braga», financiado pela FCT e enquadrado no Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais (CICS.NOVA) da Universidade do Minho, resulta da realização de vários seminários e encontros a nível regional, nomeadamente no Porto e em Braga, com a colaboração do Laboratório de Habitação Básica (LAHB) e com a participação de cidadãos/ãs, associações de moradores, membros da equipa e outros especialistas nacionais e internacionais em metodologias participativas, tendo como foco nuclear a questão da Habitação Básica. Nesta obra é evidenciado o relativo abandono por parte do Estado português de bairros populares carenciados em termos de condições objetivas de vida e habitação, uma considerável insatisfação dos seus moradores/as e, simultaneamente, um ensaio de explicação sobre o porquê da débil ou mesmo ausente ação coletiva, sem ignorar casos excecionais bem sucedidos como o da Bela Vista no Porto. São avançadas reflexões de cariz interdisciplinar sobre democracia e o sistema associativo no quadro de um horizonte ecossocialista colorido para o século XXI, a sociopraxis com uma malha de metodologias participativas em vista da transformação e emancipação social, o direito à habitação no quadro do direito à cidade e à justiça espacial, postos em causa pela financiarização dos mercados e fenómenos de especulação imobiliária, gentrificação e turistificação em prejuízo das classes populares e mesmo intermédias. Estas reflexões são permeadas por análises geo-históricas e empíricas, ensaios sobre registos fotográficos (e subjacentes reivindicações), abordagens etnográficas, instrumentos de participação inclusive digitais, estudos de caso e metodologias participativas em ‘ilhas’ e bairros no Porto, em Lisboa e em Braga, um estudo sobre influências brasileiras entre arquitetos portugueses sobre habitação básica e, por fim mas não menos importante, uma reflexão amadurecida sobre a marca da arquitetura e o relevante papel dos arquitetos/as no desenho das cidades, posicionando-se contra a predominante lógica mercantil, o ‘pânico moral’ e eventuais atitudes derrotistas e pugnando pela redução de assimetrias socioespaciais, pelos direitos humanos, nomeadamente pelo direito à habitação, ao habitat, à cidade e à justiça espacial.
Abstract (EN):
Language:
Portuguese
Type (Professor's evaluation):
Scientific
No. of pages:
0
ISBN:
0