Resumo (PT):
As últimas duas décadas têm assistido a um interesse pela literatura de viagens, no plano da produção e no plano da recepção. Com efeito, autores como Miguel Sousa Tavares, Pedro Rosa Mendes, Gonçalo Cadilhe, Joaquim Magalhães de Castro ou Tiago Carrasco têm vindo a publicar textos de viagens com percursos na África lusófona, explorando a relação entre espaços culturais de língua portuguesa. Situando-se num espaço genológico de fronteira e, com frequência, de traço friccional, para usarmos o termo de Ottmar Ette em Literature on the move (2003), a literatura de viagens ergue-se, assente nesse mesmo hibridismo, em torno da construção de representações de auto e hétero-imagens quase sempre ancoradas numa memória e história colectivas, de pertença nacional e/ou transnacional, e numa experiência dum tempo histórico do presente. Espaço particularmente vocacionado para narrativas de encontro e contacto com o “Outro”, a literatura de viagens projecta-se não apenas num espaço geográfico e cultural, mas também num tempo longo de que o presente é agente revelador, possibilitando pensar um espaço “outro”, possibilitando ainda a identificação e/ou construção de uma lusofonia em rede de que se pode tirar partido em contexto de ensino-aprendizagem de PLE, através do uso do texto literário. Assim, na presente comunicação, propomos explorar estes dois eixos, em obras como Sul, A Baía dos Tigres, África acima, No mundo das maravilhas e Até lá baixo.
Abstract (EN):
ES: En las dos últimas décadas hemos asistido a un creciente interés por la literatura de viajes, tanto en el ámbito de la producción como de la recepción. Autores como Miguel Sousa Tavares, Pedro Rosa Mendes, Gonçalo Cadilhe, Joaquim Magalhães de Castro o Tiago Carrasco han publicado textos de viajes con recorridos por la África lusófona, explorando la relación entre espacios culturales de lengua portuguesa. Situándose en un espacio genológico fronterizo y, frecuentemente, de carácter friccional, para usar el término de Ottmar Ette en Literature on the move (2003), la literatura de viajes se levanta, apoyada en este hibridismo, en torno a la construcción de representaciones de auto e heteroimágenes casi siempre ancladas en una memoria e historia colectivas, de pertenencia nacional e/o transnacional, y en una experiencia de un tiempo histórico del presente. Espacio particularmente interesado en la narración del encuentro y contacto con el Otro, la literatura de viajes se proyecta no solo en un espacio geográfico y cultural, sino también en un tiempo extenso del que el presente es agente revelador, facilitando la identificación y/o construcción de una lusofonía en red, de lo cual se puede sacar partido en contexto de enseñanza-aprendizaje de PLE, a través del uso del texto literario. Así, en el presente trabajo, nos proponemos explorar estos dos ejes, em obras como Sul, A Baía dos Tigres, África acima, No mundo das maravilhas e Até lá baixo.
Language:
Portuguese
Type (Professor's evaluation):
Scientific