Resumo (PT):
A relação que as pessoas estabelecem com os rios é, certamente, complexa. Desde
sempre os rios viabilizaram o aparecimento das cidades. As cidades foram crescendo e criando
impactos diversos nos seus cursos de água que, serpenteando o espaço urbano, sofreram,
perversamente, com o crescimento da população e densificação urbana. Os cursos de água foram
perdendo, pouco a pouco, o seu papel como elemento integrador da paisagem. Assiste-se a uma
rutura na relação dos humanos com o rio, que o afasta da superfície, da paisagem, da nossa vista
e o ¿esconde¿ no subsolo, entubando-o. A consciencialização ambiental, que desperta da década
de 70, conduz a uma reflexão sobre esta relação Homem-Rio e passa-se a uma nova fase, a de
reconciliação com o rio ¿ restauração/reabilitação fluvial. Inicia-se o resgate dos rios como
elementos da paisagem e assiste-se à quebra do paradigma e mudança de padrões de
desenvolvimento urbano. A cidade do Porto e o seu crescimento ao longo dos tempos não foi
exceção a este tipo de relação complexa que a cidade e seus habitantes estabelecem com este
recurso natural. É esse património histórico oculto, adstrito ao ciclo urbano da água, que será
objeto deste estudo e com o qual se pretende mostrar a existência de uma outra ¿cidade¿ debaixo
dos nossos pés.
Language:
Portuguese
Type (Professor's evaluation):
Scientific