Resumo (PT):
A capa surge com uma função eminentemente prática: a de proteger o miolo do livro. A sua posição privilegiada, como face visível do livro, tornou manifesto o uso da capa para cumprir outras funções. O carácter ornamental da capa surge como uma necessidade de dotar o livro de uma aparência digna do seu valor económico e social. A mecanização do processo de produção arranca o livro de um contexto individualizado, em que cada livro era um objecto singular, destinado a um público definido. A evolução tecnológica liberta o livro dos constrangimentos de uma produção manual permitindo agilizar a velocidade de execução e, ao mesmo tempo, reduzir os custos. Estes factores são essenciais para lançar as bases de um mercado editorial.
O florescimento do mercado de paperbacks nos anos 20 coloca sobre a capa uma nova tarefa: a promoção do livro num meio que se torna progressivamente mais competitivo. Enquanto elemento privilegiado de comunicação com o público, a capa define-se como palco de experimentação gráfica, ideia que nem sempre é bem aceite num meio editorial essencialmente conservador.
A relação do público com o livro, enquanto objecto, foi historicamente palco de várias transformações, às quais o estatuto da capa também não foi imune. Face à modificação constante dos contextos social, económico e tecnológico, a capa foi-se reinventado enquanto suporte. Como podemos encontrar a influência destes contextos no processo de criação da capa de livro?
Neste sentido os objectivos desta dissertação passam por perceber de que forma, no contexto editorial, o aparecimento de novas linguagens gráficas se encontra relacionado com os avanços tecnológicos e a introdução de novas possibilidades técnicas. Ao mesmo tempo, procura-se compreender o impacto do contexto social e económico na criação gráfica, a par de questões essenciais de ordem estética e conceptual.
Idioma:
Português
Tipo (Avaliação Docente):
Científica
Tipo de Licença: