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Estética I

Código: E201     Sigla: EI

Áreas Científicas
Classificação Área Científica
CNAEF Artes

Ocorrência: 2020/2021 - 1S Ícone do Moodle

Ativa? Sim
Unidade Responsável: Ciências da Arte e do Design
Curso/CE Responsável: Licenciatura em Artes Plásticas

Ciclos de Estudo/Cursos

Sigla Nº de Estudantes Plano de Estudos Anos Curriculares Créditos UCN Créditos ECTS Horas de Contacto Horas Totais
AP 107 Plano de estudos oficial 2011 2 - 3 34 81
DC 69 Plano Oficial do ano letivo 2017 2 - 3 34 81

Docência - Responsabilidades

Docente Responsabilidade
Helder Manuel de Jesus Gomes Regente

Docência - Horas

Teórica: 2,00
Tipo Docente Turmas Horas
Teórica Totais 1 2,00
Helder Manuel de Jesus Gomes 2,00

Língua de trabalho

Português - Suitable for English-speaking students

Objetivos

Fornecer os instrumentos conceptuais capazes de potenciar o exercício de uma reflexão crítica e informada que tenha como objecto primeiro a criação e recepção das obras de arte. O contacto com um percurso temático historicamente orientado —o qual percorre o pensamento de alguns dos principais agentes da reflexão estética do passado e da contemporaneidade— deverá potenciar a autonomia crítica e a interiorização da intrínseca interdependência entre a dimensão de produção e recepção artísticas e o discurso conceptual; e, de um modo mais lato, a intrínseca interdependência entre as representações de mundo privilegiadas por uma dada época, cultura ou artista, e o modo como a arte é pensada, produzida e experienciada. Neste sentido, pensar a arte será, antes do mais, entendido como uma investigação sobre o próprio pensamento, isto é, sobre os instrumentos culturais de representação do real. Procuraremos identificar qual a especificidade das linguagens de representação artísticas face a outras formas de pensar e experienciar o mundo. Genericamente, o problema da Representação colocar-se-á segundo uma dupla dimensão: 1) Qual a representação de mundo privilegiada por uma dada época, cultura ou indivíduo? Isto é, de forma simplificada, qual a resposta fornecida à questão o que é o mundo?; ou ainda, qual o modo privilegiado de representar o mundo? 2) Qual a representação de arte privilegiada por uma da época, cultura ou indivíduo? Isto é, de forma simplificada, qual a resposta fornecida à questão o que é a arte? Se normalmente é em função de uma resposta, pelo menos implícita, à questão o que é o mundo? que se define a resposta à questão o que é a arte?, também é possível pensar que em algumas épocas, práticas ou pensadores é em função da segunda que se define a primeira. É disto exemplo o modo como a representação de mundo produzida pela arte num determinado período histórico-cultural condiciona activamente a própria transformação do mundo —estejam ou não os agentes conscientes disso. Parece-nos possível pensar a história da arte e a história da estética, enquanto reflexão temática, como resultado de um processo de interacção entre uma —múltipla— representação de mundo e uma —igualmente múltipla— representação de arte. Esta interacção desenvolve-se em duas vertentes principais: a) — A da adequação —ou inadequação— da representação artística a uma subjacente, mas nem sempre consciente representação de mundo. Segundo esta concepção, a arte imita a vida. É este o óbice maior à noção de representação mimética, que durante largo tempo estruturou e condicionou a arte ocidental: tratar-se-ia sempre de uma representação de segundo grau, isto é, da representação de uma representação. b) — A adequação do mundo a uma determinada representação artística de mundo — isto é, o desejo de fazer do mundo uma obra de arte. Este é o desejo que animou ao longo, pelo menos, do último século, as vanguardas artísticas socialmente comprometidas. Segundo este modelo, que é o da modernidade, não é a arte que imita a vida, é a vida que imita a arte. No entanto, a pretensão várias vezes formulada de adequar o mundo a uma representação ideal inspirou algumas das mais terríveis experiências políticas do século XX. Isto torna claro o carácter extremamente problemático da relação entre arte e realidade, adquirindo um papel central a noção de representação: é a partir dela que um e outro conceito se definem. Torna-se, por isso, pertinente interrogar a arte a partir da noção de representação, segundo as variáveis acima referidas. O equacionar destas variáveis permitirá uma focalização das nossas análises, desenhando um percurso dirigido, tendente a proporcionar uma compreensão da arte enquanto fenómeno cultural histórica e culturalmente situado.

Resultados de aprendizagem e competências


Desenvolver competências críticas e domínio científico das questões.

Modo de trabalho

Presencial

Programa


- Introdução: o que é a arte?

A) Platão: O anátema lançado à arte em nome de uma representação de mundo que condena a arte à condição de representação de segundo grau: 1— a) A representação platónica de real. b) A representação platónica de arte: a crítica à arte mimética na obra A República. 2 — A ambiguidade da crítica platónica às artes: A tentativa de uma definição universal do belo — problematização. B) Introdução à Modernidade 1 — As categorias dominantes da Modernidade — caracterização e problematização. C) Kant: 1 — A Estética kantiana como paradigma da modernidade crítica: O real como representação. A arte como constituição representacional do não cognoscível. 2— O carácter desinteressado da experiência estética. 3 — A utopia da reconciliação da subjectividade e da universalidade: a) O juízo de gosto: a exigência de um sensus communis. b) A universalidade do juízo de gosto — problematização. 4 — O conceito de génio e a noção de Sublime: a experiência do não representável. D) Hegel: 1 — A arte como momento de um processo de auto-representação dialéctica do real. 2 — O devir-conceito da representação. 3 — A noção de “fim da arte”: problematização. E) Nietzsche: 1 — A Arte como modelo da relação entre o homem e o real: a) O filósofo da suspeita: relativismo e perspectivismo. b) A categoria do trágico: arte enquanto intensificação da experiência. c) O relativismo axiológico e a crítica à racionalização da arte — problematização. F) Theodor Adorno: A arte como transformação do real: a) O lugar do moderno: questionamento da Modernidade pela Modernidade. (Esta é uma bibliografia genérica. Para cada ponto do programa será fornecida uma bibliografia específica.) - ADORNO, Theodor W., Teoria Estética, trad. Artur Mourão, Edições 70, Lisboa, 1993. - FERRY, L., Homo Aestheticus : A Invenção do Gosto na era Democrática, Almedina, Coimbra, 2003 - HEGEL, G. W. Friedrich, Estética, trad. Álvaro Ribeiro e Orlando Vitorino, Guimarães Editores, Lisboa, 1993. - JANAWAY, Christopher, Images of Excellence: Plato’s Critique of the Arts, Clarendon Press, Oxford, 1995. - JIMENEZ, Marc, Qu’Est-Ce Que l’Esthétique ?, Éditions Gallimard, Paris, 1997. - KANT, Immanuel, Crítica da Faculdade do Juízo, trad. António Marques e Valério Rohden, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, Lisboa, 1998. - LODGE, Rupert, C., Plato’s Theory of Art, Routledge, London, 1953. - NIETZSCHE, F., O Nascimento da Tragédia, Obras Escolhidas de Nietzsche, Vol. I, Relógio D’ Água, Lisboa, 1998. - PLATÃO, A República, trad. Maria Helena Rocha Pereira, Fundação Calouste Gulbenkian. - SCHAEFFER, Jean-Marie, L’art de l’Âge Moderne: L’Esthétique et la Philosophie de L’Art du XVIII Siècle à Nos Jours, Éditions Gallimard, Paris, 1992. - SCHAEFFER, Jean-Marie, Adieu à L’Esthétique, Presses Universitaires de France, Paris, 2000.

Bibliografia Obrigatória

Platão 428?-347? a.C.; A^República. ISBN: 972-31-0509-8
Kant Immanuel; Critica da faculdade do juizo. ISBN: 972-27-0506-7
Hegel G.W.F.; Estética
Nietzsche Friedrich; O nascimento da tragédia ou mundo grego e pessimismo.. ISBN: 972-708-351-X

Métodos de ensino e atividades de aprendizagem

- Apresentação, análise, comentário e discussão de textos. - Para cada unidade temática serão fornecidos, para além das específicas indicações bibliográficas, sumários desenvolvidos que cobrem as questões apresentadas nas aulas. Tais sumários desenvolvidos devem ser entendidos como instrumentos de apoio e não como textos de leitura obrigatória.Os estudantes podem, naturalmente, optar por outros instrumentos de trabalho e apresentar distintas abordagens das questões apresentadas, desde que se mantenha o nível de aprofundamento científico.

Tipo de avaliação

Avaliação por exame final

Componentes de Avaliação

Designação Peso (%)
Exame 100,00
Total: 100,00

Componentes de Ocupação

Designação Tempo (Horas)
Frequência das aulas 5,00
Total: 5,00

Obtenção de frequência

— A realização do Exame na época Normal exige a frequência das aulas ( de acordo com o RREA, implica a presença a 75% das aulas previstas).

Fórmula de cálculo da classificação final

A classificação final corresponde à obtida no exame. A realização do exame supõe o conhecimento aprofundado dos diferentes materiais indicados, nomeadamente da bibliografia indicada como obrigatória. Sem que isto possa ser entendido como restrição à liberdade de crítica e de pensamento, a formulação de posições críticas de cariz pessoal deve ser suportada pelo domínio científico das questões em causa, de modo assegurar o necessário rigor científico e conceptual. Os critérios de avaliação das provas são os seguintes: —Rigor científico e conceptual; —Adequação da resposta ao problema colocado; —Distanciamento crítico; —Conhecimentos específicos demonstrados. Estes critérios são interdependentes, o que implica que o não cumprimento (ou o menor cumprimento) de um deles pode afectar a avaliação de todos os outros.

Melhoria de classificação

- A melhoria efectua-se exclusivamente por exame.

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