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Territórios e Formas Urbanas

Código: 500503     Sigla: 500503

Ocorrência: 2011/2012 - A

Ativa? Sim
Unidade Responsável: Arquitectura (A)
Curso/CE Responsável: Mestrado Integrado em Arquitetura

Ciclos de Estudo/Cursos

Sigla Nº de Estudantes Plano de Estudos Anos Curriculares Créditos UCN Créditos ECTS Horas de Contacto Horas Totais
MIARQ 184 MIARQ (até a 2011/12) 5 - 9 -

Língua de trabalho

Português

Objetivos

“la forme d’une ville change plus vite, hélas! que le coeur d’un mortel” (Baudelaire)


À medida que avança o processo de urbanização das sociedades e territórios de hoje, as cidades foram perdendo algumas das características principais que, historicamente, lhes foram atribuídas.

Os aglomerados compactos e densos, fisicamente limitados e distintos dos territórios envolventes, são agora formações sócio-territoriais complexas, de limites imprecisos e com tendências de evolução cada vez mais dispersivas. A coesão e a inteligibilidade dos espaços urbanos tradicionais deram lugar a mosaicos territoriais diversos, fisicamente descontínuos e diluídos em escalas territoriais onde a ideia tradicional de cidade/campo se torna, muitas vezes, inoperacional.

A diversidade de conceitos que hoje são usados para classificar essas formas e processos, constitui um sinal claro dessas transformações: cidades, metrópoles, megalópoles, urbanização difusa, conurbação policêntrica, contra-urbanização, desurbanização, urbanização rural, etc. são alguns dos exemplos recorrentes, nem sempre usados de forma consensual e aplicados a escalas e a contextos sócio-territoriais muito diversos.

Assim, o objectivo central desta cadeira desdobra-se, de facto, em dois:
- e o de identificar factores de mudança considerados estruturantes para a compreensão dos processos e para o desenho de estratégias de intervenção e regulação urbanísticas.
- o de identificar padrões, estruturas e elementos dominantes de urbanização, avançando com hipóteses explicativas dos processos que lhes deram origem;

Pretende-se, deste modo, apoiar os alunos no desenvolvimento de instrumentos de análise, compreensão e intervenção nos contextos urbanos contemporâneos.

A U.C. Territórios e Formas Urbanas articula-se, assim, com o plano de estudos do 5º ano de Arquitec-tura, especialmente com a cadeira de Projecto V, que ocupa um lugar central nesse plano de estudos (20 unidades de crédito num total de 84, distribuídos pelas várias disciplinas) e cujo objectivo e programa correspondem a um exercício de projecto urbano, desenvolvido por grupos ao longo do ano e que, nor-malmente incide sobre um sector da Área Metropolitana do Porto. Esta metodologia segundo um modelo de “aprender-fazendo”, de confronto com os processos de transformação do território urbanizado e dos instrumentos disponíveis para nele intervir (diagnóstico e projecto), parece-nos a mais indicada para enriquecer o desenvolvimento mais aprofundado do programa e conteúdos da disciplina de Territórios e Formas Urbanas.

De facto, esta articulação é mutuamente benéfica, uma vez que proporciona aos alunos de Projecto V uma visão mais global e mais articulada dos processos sociais que explicam as transformações urbanas contemporâneas. Por outras palavras, os estudo de caso que os alunos trabalham em Projecto V e que estão necessariamente limitados a fenomenologias locais (que variam com as escolhas que são feitas em cada ano), são facilmente contextualizáveis em temáticas mais vastas e abrangentes que são desenvolvidas no programa de Territórios e Formas Urbanas.

Programa

A- Introdução
a. Apresentação
b. Do lado do projectista
c. Do lado da administração

O primeiro bloco introdutório visa expor os princípios que conformam o ponto de vista que irá nortear a U.C. O povoamento é entendido como expressão física das sociedades e das formas como estas se organizam, pelo que a compreensão do fenómeno urbano contemporâneo terá necessariamente de partir do reconhecimento dos modos de vida contemporâneos, dos factores sociais, políticos e económicos, dos processos de urbanização, das práticas de regulação e dos agentes que determinam as dinâmicas e os padrões da urbanização.

B- Da Cidade ao Urbano
a. O fim d’A Cidade
b. Ideia(s) de Cidade: limitações do conceito histórico e desconstrução do senso comum
c. Ideia(s) de Urbano: em busca de um novo léxico

Este bloco de matérias pretende confrontar os alunos com a passagem do conceito de Cidade ao conceito de Urbano. Citando Castells, “o séc. XXI será um mundo urbano sem cidades”. Ao longo deste percurso serão reavaliados conceitos e oposições canónicas (p.e. cidade/campo; centro/periferia; cidades/subúrbios), numa espécie de jogo de “destruição criativa” que permita uma maior agilidade conceptual para reconhecer e interpretar os modelos de fragmentação urbana e o salto de escala territorial/geográfica das novas construções urbanas.

C- Territórios e padrões de urbanização contemporâneos: A Urbanização Extensiva
a. Apresentação do fenómeno da urbanização extensiva
b. Diversidade e contextos
c. A urbanização extensiva do NO nacional: factores influentes e hipóteses explicativas (his-tóricas e emergentes)
d. Povoamento como expressão da sociedade
e. Discursos em torno da urbanização extensiva: Estado da Arte

Neste bloco desenvolve-se uma aproximação ao fenómeno da urbanização extensiva, tomando o NO nacional como caso de estudo. Trata-se de um estudo justificado por corresponder à área em estudo na U.C. Projecto V, pela sua extensão, por se tratar de um fenómeno urbano pouco estudado e, sobretudo, por aqui se expressarem de modo mais claro e radical os processos e dinâmicas que caracterizam a urbanização contemporânea. Pretende-se clarificar a relação entre os padrões urbanos existentes e os processos e agentes que os determinam, sublinhando a especificidade de cada território. Daí a impossibilidade de generalizações apressadas e a necessidade de um estudo aprofundado de cada contexto como passo essencial ao desenvolvimento de qualquer estratégia de ordenamento e intervenção.

D- Metapolis
a. Apresentação e descrição do conceito
b. Reconhecer a Metapolis no NO nacional

Os princípios expostos nos primeiros blocos serão desenvolvidos e operacionalizados tomando por base a hipótese da “Metapolis” proposta por Ascher e o NO nacional por laboratório.

E- Processos
a. Agentes, negociação e compromisso
b. Promoção
c. Ordenamento e Gestão
d. Projecto

Continuando a análise do bloco anterior, foca-se a importância determinante dos processos de urbanização, dos agentes e da relação entre estes. Pretende-se, assim, contrariar as tendências demasiado for-malistas que caracterizam as abordagens dos alunos de Arquitectura, enfatizando a complexidade institu-cional e sócio-política que enquadra a urbanização.

F- Estruturas e Peças
a. Lógicas da Urbanização – Lógicas de Leitura
b. Sector
c. Elementos que estruturam
d. Peças que se penduram
e. Espaços não edificados
f. Em busca de uma nova poética

Visando informar uma atitude mais propositiva e próxima da actividade projectual, propõe-se um zoom-in e uma leitura de carácter morfológico dos territórios urbanizados em estudo. Trata-se de uma aproximação assente num conjunto de estudos recentes que visam encontrar novos instrumentos capazes de apoiar a leitura do espaço e a intervenção nos novos territórios da urbanização emergente.

Bibliografia Obrigatória

Ascher François; Metapolis. ISBN: 972-8027-88-3
Ascher François; Novos principios do urbanismo seguido de novos compromissos urbanos. ISBN: 978-972-24-1670-2
Mangin David; La ville franchisée. ISBN: 2-903539-75-8
Martín Ramos Ángel 340; Lo urbano. ISBN: 84-8301-752-0
Portas Nuno; Políticas urbanas. ISBN: 972-31-1061-X
Portas Nuno; Políticas urbanas II. ISBN: 978-972-31-1382-2
Sieverts Thomas; Cities without cities. ISBN: 978-0-415-27260-5

Bibliografia Complementar

Ábalos, Iñaki; Atlas Pintoresco: Vol.1 el observatorio, Gustavo Gili, 2005
Bourdin Alain; O urbanismo depois da crise. ISBN: 978-972-24-1706-8
Certeau. Michel de; The Practice of Everyday Life, University of California Press, 1988
Corboz, André; "La Suisse comme Hyperville" in Le Visiteur: Ville, Territoire, Architecture. nº6, Societé Française des Architectes, 2000
De Rossi, António (ed.); Grande Scala: Architecture, Politic, Form, LISt Lab, 2009
Domingues Álvaro 340; Cidade e democracia. ISBN: 972-8479-39-8
Domingues Álvaro; A rua da estrada. ISBN: 978-989-8217-06-6
Domingues, Álvaro; “Ocupação Dispersa: porque é que tudo é tão negativo quando se fala disto?” Socieda-de e Território: Revista de Estudos Sociais nº 42, Julho 2009 (p. 30-41)
Gausa Manuel; Open. ISBN: 978-84-96954-86-1
Graham Stephen; Splintering urbanism. ISBN: 0-415-18965-9
Koolhaas Rem; Small, Medium, Large, Extra-Large. ISBN: 3-82228-7743-3 ("What Ever Happened to Urbanism?", p.958-971)
Mayol, Pierre; “Living” in: CERTEAU, Michel de; GIARD, Luce; MAYOL, Pierre – The practice of everyday life: Volume2 living & cooking, University of Minnesota Press, 1998 (p. 5-129)
Muxí Zaida; La arquitectura de la ciudad global. ISBN: 84-252-1560-9
Milheiro Ana Vaz 340; Nuno Portas. ISBN: 972-8897-12-x ("Modelo Territorial e Intervenção no Médio Ave" p.80-87 )
Monclús Francisco Javier 340; La ciudad dispersa. ISBN: 84-88811-35-7 (Portas, Nuno; Domingues, Álvaro – “La Región Atlântica Norte de Portugal: metrópolis o metápolis?” p.197-215)
Rémy Jean; A cidade. ISBN: 972-36-0331-4
Sá Manuel Fernandes de; O médio Ave
Segal, Rafi; Verbakel, Els; ed. ; Cities of Dispersal, Wiley, 2008 (Architectural Design, vol. 78)
Viganò Paola; La città elementare. ISBN: 88-8118-642-x

Métodos de ensino e atividades de aprendizagem

Este programa desenvolve-se em aulas teóricas (1,5 horas semanais) de exposição da matéria, segundo uma estratégia de comunicação que suscite a discussão, a polémica e a elaboração de sínteses esquemáticas. É dada uma particular importância à precisão dos conceitos, bem como à apresentação e discussão de exemplos (cartas, planos e fragmentos de planos, fotografia aérea, etc.), sempre com a preocupação de interligar as leituras morfológicas (estáticas ou dinâmicas) com os processos sociais que explicam as transformações do território.

As aulas teóricas são complementadas por aulas práticas (1,5 horas semanais), nas quais se propõe uma aproximação aos mesmos temas a partir da discussão suscitada pela análise de uma área urbana concreta. Assim, aulas práticas e teóricas visam a apreensão das mesmas matérias, mas partindo de aproximações distintas e complementares.

As aulas práticas terão por base o desenvolvimento de trabalhos de grupo de análise da área urbanizada em estudo na U.C. ProjectoV. Propõe-se uma análise “elementar” (Viganó) focada na morfologia e morfogénese do espaço urbano, tendo em especial atenção os múltiplos factores sociais, económicos, políticos e históricos determinantes para a forma urbana existente. Os trabalhos em desenvolvimento serão mote para debate dos temas em questão pela turma. O conteúdo das aulas práticas articula-se com trabalho de Projecto V, sendo necessária uma forte coordenação entre os docentes responsáveis. O objectivo passa pela validação e robustecimento da análise, do diagnóstico e das estratégias de intervenção desenvolvidas, mas sobretudo, pela retenção, aprofundamento e discussão das matérias do programa de Territórios e Formas Urbanas.

Tipo de avaliação

Avaliação distribuída sem exame final

Componentes de Avaliação

Descrição Tipo Tempo (Horas) Peso (%) Data Conclusão
Participação presencial (estimativa) Participação presencial 117,00
Total: - 0,00

Fórmula de cálculo da classificação final

A classificação final terá de ser superior a 10 valores (em 20) e resulta da elaboração de dois testes teóricos e da avaliação das aulas práticas, na razão de um terço para cada elemento de avaliação.

Terá de ser obtida uma classificação mínima de 9 valores em ambos os testes teóricos.

A avaliação das aulas práticas será baseada no trabalho de grupo produzido e apresentado e na participação activa de cada aluno na discussão promovida durante as aulas.

A avaliação inclui o cumprimento da assiduidade às aulas teóricas (limite de faltas inferior a 25% das aulas teóricas previstas)

Provas e trabalhos especiais

Sempre que uma das classificações dos dois testes teóricos seja inferior a 9 valores, o aluno pode fazer recurso desse teste na época de exames de recurso.
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