Resumo: |
A hipertensão resistente (HR) é um grave problema de saúde para os pacientes, sistemas e profissionais de saúde. É atualmente um problema sem solução satisfatória, uma vez que o tratamento disponível, medicação e desnervação renal, apresenta reduzido
sucesso.(1,2) Neste contexto, o exercício físico surge como uma terapia promissora, um vez que pode ser considerado um "multicomprimido" com vários benefícios, incluindo a redução da pressão arterial.(3-10) O exercício apresenta boa relação custobenefício a longo prazo, quando os seus efeitos sobre a pressão arterial forem extrapolados para uma redução dos eventos cardiovasculares com ganhos de saúde e redução de custos. O exercício também tem potencial para reduzir o uso múltiplo de medicação durante a vida, com benefícios económicos e de qualidade de vida. Embora os benefícios do exercício sejam cada vez mais reconhecidos, é com grande atraso que está a ser investigado como parte do tratamento da HR.(11)
Apesar de promissor, o conhecimento dos efeitos do exercício físico no controlo da pressão arterial na HR é ainda reduzido. De fato, apenas existem três estudos(12-14); dois(13,14) utilizaram uma intervenção dentro de água, o que dificulta a sua implementação
FCT : PROJECTOS DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO 15/01/29 10:59 https://concursos.fct.pt/projectos/index.asp?area=9&pid=140350 Page 4 of 26
devido à necessidade de profissionais e infra-estruturas especializadas. O único estudo realizado fora de água(12) tem várias limitações; não indica a frequência, intensidade, duração e tipo de exercício, não informa da adesão ao exercício, nem do período de
avaliação da pressão arterial. Este ultimo é um aspecto essencial, uma vez que a avaliação deve evitar a hipotensão pós-exercício e o efeito do destreino. Adicionalmente, estes estudos não avaliaram modificações na dieta, atividade física e composição corporal e,
portanto, não estimaram a sua contribuição para as alterações na |
Resumo A hipertensão resistente (HR) é um grave problema de saúde para os pacientes, sistemas e profissionais de saúde. É atualmente um problema sem solução satisfatória, uma vez que o tratamento disponível, medicação e desnervação renal, apresenta reduzido
sucesso.(1,2) Neste contexto, o exercício físico surge como uma terapia promissora, um vez que pode ser considerado um "multicomprimido" com vários benefícios, incluindo a redução da pressão arterial.(3-10) O exercício apresenta boa relação custobenefício a longo prazo, quando os seus efeitos sobre a pressão arterial forem extrapolados para uma redução dos eventos cardiovasculares com ganhos de saúde e redução de custos. O exercício também tem potencial para reduzir o uso múltiplo de medicação durante a vida, com benefícios económicos e de qualidade de vida. Embora os benefícios do exercício sejam cada vez mais reconhecidos, é com grande atraso que está a ser investigado como parte do tratamento da HR.(11)
Apesar de promissor, o conhecimento dos efeitos do exercício físico no controlo da pressão arterial na HR é ainda reduzido. De fato, apenas existem três estudos(12-14); dois(13,14) utilizaram uma intervenção dentro de água, o que dificulta a sua implementação
FCT : PROJECTOS DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO 15/01/29 10:59 https://concursos.fct.pt/projectos/index.asp?area=9&pid=140350 Page 4 of 26
devido à necessidade de profissionais e infra-estruturas especializadas. O único estudo realizado fora de água(12) tem várias limitações; não indica a frequência, intensidade, duração e tipo de exercício, não informa da adesão ao exercício, nem do período de
avaliação da pressão arterial. Este ultimo é um aspecto essencial, uma vez que a avaliação deve evitar a hipotensão pós-exercício e o efeito do destreino. Adicionalmente, estes estudos não avaliaram modificações na dieta, atividade física e composição corporal e,
portanto, não estimaram a sua contribuição para as alterações na pressão arterial, não observando assim o efeito independente do exercício. Para além disso, nenhum dos estudos elucida sobre os mecanismos de redução da pressão arterial ou fez uma avaliação
de seguimento para verificar se os efeitos do exercício se mantêm após cessação do exercício.
Devido ao reduzido sucesso dos tratamentos disponíveis, às limitações metodológicas da evidência disponível e à carga de doença atribuível à hipertensão arterial, o nosso objetivo é testar a hipótese de que o exercício aeróbio é uma terapia antihipertensiva
eficaz em pacientes com HR; e, que as alterações positivas induzidas no controlo da pressão arterial são mediadas pelo aumento da biodisponibilidade do óxido nítrico. Assim, o principal objetivo é avaliar num estudo randomizado e controlado se o exercício físico
reduz a pressão arterial ambulatória em pacientes com HR. Como objetivos secundários, pretendemos avaliar os efeitos do exercício: no uso de medicação antihipertensora; fatores de risco, composição corporal, atividade física diária, dieta, qualidade de
vida, aptidão cardiorrespiratória; biomarcadores inflamatórios, função autonómica, rigidez arterial, e função; lesão e reparação/regeneração endotelial; biodisponibilidade de óxido nítrico, Óxido Nítrico-Sintase endotelial (eNOS) e stress oxidativo. É
também objetivo a avaliação do efeito do exercício na pressão arterial e restantes parâmetros três meses após a intervenção, para esclarecer se os efeitos do exercício se
mantêm após o final do período de treino.
Para alcançar estes objectivos iremos recrutar 60 pacientes com HR, dividi-los aleatoriamente pel |