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Memória U.Porto

Antigos Estudantes Ilustres da Universidade do Porto

Henrique Moreira

Fotografia de Henrique Moreira Henrique Moreira
1890-1979
Escultor



Estátua Alegoria à Juventude (1929)Henrique Araújo Moreira nasceu em Avintes, Vila Nova de Gaia, em 9 de Maio de 1890, no seio de uma família humilde. O seu pai, Manuel de Araújo Moreira fora tanoeiro e a sua mãe Josefa da Silva toucinheira, em Magarão, tornando-se depois merceeiros no lugar de Cabanões (atual Rua 5 de Outubro), em Avintes.

Na infância, Henrique frequentou a Escola Primária de Cabanões, onde revelou o talento para o desenho. O exame da 4ª classe foi realizado no Porto. Nesses tempos, como o próprio contava, os seus passatempos favoritos eram desenhar bonecos e modelar figuras em barro.
Depois de concluídos os estudos básicos trabalhou na loja do pai, mas, ao contrário dos irmãos Joaquim e Cesário, o negócio familiar não o seduziu, pois a sua paixão continuava a ser o desenho. Foi também aprendiz de sapateiro e de santeiro.

Em 1905, com 15 anos de idade ingressou na Academia Portuense de Belas Artes. Nesta escola, então instalada nos claustros do convento de Santo António da Cidade (atual Biblioteca Pública Municipal do Porto) rapidamente se notabilizou. No primeiro ano de frequência completou o correspondente a dois anos letivos e seis anos mais tarde terminou o curso com a classificação final de dezassete valores.

Nas Belas Artes foi discípulo de José de Brito, António Teixeira Lopes, Sousa Pinto e Marques da Silva, e condiscípulo dos escultores Diogo de Macedo, António de Azevedo, Zeferino Couto, Sousa Caldas, Manuel Martins e Azulina Gouveia, dos pintores Joaquim Lopes, Heitor Cramez e Armando Basto e ainda dos arquitetos Manuel e Francisco Marques.
Após a conclusão da licenciatura passou a trabalhar no atelier do Mestre Teixeira Lopes, vindo, poucos anos depois, a seguir um caminho autónomo.

A 29 de Novembro de 1913 casou com Adelina Campos Nunes, sua conterrânea, na Igreja Paroquial de Avintes, tendo por padrinhos Joaquim de Oliveira Lopes e a mulher, e como testemunhas Teixeira Lopes e o seu sobrinho Maciel. O casal viveu os primeiros anos em comum em Vila Nova de Gaia (na casa dos sogros, na Rua da Rasa, na Serra do Pilar, e no Candal) e posteriormente no Porto na Foz do Douro e por fim na Avenida Antunes Guimarães. Tiveram cinco filhos.

Dedicou toda uma vida somente à produção escultórica, em Portugal (apenas viajou até Espanha), apesar de ter sido convidado, por diversas ocasiões, pelo amigo Sousa Caldas para lecionar na Escola Faria Guimarães, declinando a proposta com a alegação de que os rígidos horários escolares afetariam o seu trabalho.

Escultura do Padre Americo de Henrique Moreira (1961)Tem muitas obras espalhadas pelo país (Monumento à Padeira de Avintes e os bustos de Eng.º Arantes de Oliveira e de Calouste Gulbenkian em Avintes, Vila Nova de Gaia; a estátua de Ferreira de Castro e Nossa Senhora de La Salette, em Oliveira de Azeméis; o Monumento aos Mártires da Grande Guerra e o Conde Dias Garcia, em S. João da Madeira; a escultura de Cristóvão Colombo no Funchal; a homenagem ao Almirante Jaime Afreixo em Murtosa; o Padre Saúde em Sandim; estátua a António Cândido em Amarante; estátua do Infante D. Henrique em Tomar; o Bombeiro em Barcelos; quatro-relevos para o Salão de Festas do Pavilhão dos irmãos Rebelo de Andrade para a Exposição Ibero-Americana de Sevilha, de 1929; participação nas decorações do Pavilhão de Raul Lino para a Exposição Internacional e Colonial de Paris, de 1931; etc.) e até por Angola (Padrão aos Mortos da Grande Guerra na Praça dos Lusíadas), mas a maior e mais substancial parte da sua vasta obra foi produzida para a cidade do Porto, sendo por isso justamente considerado "o escultor do Porto". São marcantes obras suas como o busto de Camilo Castelo Branco, na Avenida Camilo; A Juventude popularmente conhecida como a Menina da Avenida e Os Meninos, na Avenida dos Aliados, O Salva-vidas ou Lobo-do-mar e o monumento de homenagem a Raul Brandão na Foz do Douro, a estátua do Padre Américo no Jardim da República ou o Monumento aos Heróis da Guerra Peninsular na Rotunda da Boavista.

Homenagem ao escultor Henrique Moreira (1991)A sua obra, figurativa, academista e centrada na representação de figuras ilustres e populares, granjeou-lhe vários galardões e honrarias as tais como: a Medalha de ouro na Exposição Ibero-americana de Sevilha de 1929, vários prémios na Sociedade Nacional de Belas Artes (1916, 1917 e 1935), o Prémio Soares dos Reis, em 1963, a Medalha de Ouro da cidade do Porto e a Medalha de Honra da Vila de Avintes.

Morreu no Porto em 16 de Fevereiro de 1979, sendo sepultado no Cemitério de Agramonte.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2009)

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