Memória U.Porto

Antigos Estudantes Ilustres da Universidade do Porto

José Alves Ferreira Lima

José Alves Ferreira Lima ?-1844 Pintor, miniaturista, litógrafo e professor

Desconhece-se a data precisa do nascimento de José Alves Ferreira Lima. Sabe-se, no entanto, que era filho de Ana Rosa e de Agostinho Alves e natural da freguesia de Santo Ildefonso, Porto.
Pensa-se que terá sido aluno de Domingos Sequeira na Academia Real de Marinha e Comércio da Cidade do Porto.

Os primeiros trabalhos conhecidos datam de 1831. São dois retratos, um a guache, representando o comerciante Manuel Francisco de Araújo, fundador da Papelaria Araújo & Sobrinho Sucessores, e outro a óleo, de José Joaquim Pereira Jordão, fidalgo da Casa Real, destinado à galeria da Santa Casa da Misericórdia do Porto.
Entre 1832 e 1833 pintou os retratos a óleo do casal António Nunes Reis e Maria Romana Batalha Reis e da família Santos Silva, em 1840. Produziu diversas obras para a Santa Casa da Misericórdia do Porto, nomeadamente o retrato do benfeitor José Joaquim Vieira de Sá (1834), o retrato de D. Pedro IV, para o Gabinete da Provedoria, em 1836, e os retratos do Padre José Joaquim Teixeira da Rocha e de José dos Santos Cardoso.
Em 1839 retratou José Ferreira Borges a corpo inteiro, para o Gabinete de Leitura da Associação Comercial do Porto e, em 1841, o benfeitor da Ordem da Lapa, João da Silva Ribeiro (retrato a meio corpo).
Anteriormente, pintara o retrato em miniatura do negociante e bibliófilo José Carlos Lopes (1836). Passos Manuel ter-lhe-á encomendado o retrato da filha, tal como noticia a Illustração Moderna.

Dedicou-se também à litografia, tendo produzido um auto-retrato (1841) e diversos retratos, entre os quais o do jornalista humorístico José de Sousa Bandeira (1840), o do Conde de Ferreira, o de José Gomes Monteiro, o de João Nogueira Gandra (1842), o do Barão de Azevedo, o de José Henriques Soares, o de Bernardo da Silva Cabral e o do Infante D. Luís (1843).

Em 1836 foi distinguido com o grau de cavaleiro da Ordem de Cristo e nomeado professor da cadeira de Pintura Histórica da Academia Portuense de Belas Artes.

Residiu na rua do Almada. Morreu no Porto, vítima de tuberculose, com cerca de 30 anos, a 17 de maio de 1844, deixando uma vasta obra dispersa pelas principais instituições da cidade. Foi sepultado na Igreja da Celestial Ordem Terceira da Santíssima Trindade, ordem de que era irmão.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2014)