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Memória U.Porto

Antigos Estudantes Ilustres da Universidade do Porto

João Lopes da Silva Martins Júnior

Retrato de João Lopes Martins Júnior / Photo of João Lopes Martins Júnior João Lopes da Silva Martins Júnior
1866-1945
Médico, higienista, professor universitário e militar



João Lopes da Silva Martins Júnior, filho de João Lopes da Silva Martins, nasceu na freguesia de Cedofeita, no Porto, a 9 de dezembro de 1866.

Frequentou a Academia Politécnica do Porto, onde fez o 1.º Ano Matemático (1885) e obteve 1.º accessit à 7.ª cadeira, e a Escola Médico-Cirúrgica do Porto. Concluiu o curso de Medicina em 10 de dezembro de 1888, após defesa da dissertação inaugural intitulada A Hysteria e as suas localisações motrizes (estudo de semeiologia), obra que dedicou à família, ao corpo catedrático da Escola, aos amigos e condiscípulos, ao professor Luís Inácio Woodhouse e ao Dr. Agostinho António de Souto.
Entre 1889 e 1890 estudou nas faculdades de Medicina das universidades de Berlim e de Viena e em institutos clínicos e laboratórios europeus, nomeadamente em França e Inglaterra, na Bélgica, Holanda, Suíça, Áustria e Alemanha.
Em 1917 doutorou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Jubilou-se em 1936, ao fim de cerca de quatro décadas de docência.

João Lopes Martins foi nomeado médico militar e colocado como tenente no Hospital Divisionário Central de Lisboa após o seu regresso a Portugal. Entre 1892 e 1893 dirigiu os serviços sanitários na fronteira de Barca D’Alva, durante uma epidemia de cólera morbus.
Em 1895 integrou o corpo docente da Secção Médica da Escola Médico-Cirúrgica do Porto como lente substituto (nomeado pelo decreto de 14 de junho, tomou posse a 26 do mesmo mês). Apresentou ao concurso a dissertação intitulada Os epilepticos em medicina legal. Como lente substituto regeu as cadeiras de Medicina Legal, Matéria Médica, Patologia Interna e Clínica Médica.
Em 1899, quando lecionava a 11.ª cadeira – Higiene e medicina legal (criada em 1863 e desdobrada em 1900), supervisionou a instalação dos novos serviços médico-forenses no Porto e tornou-se diretor da morgue. No ano seguinte, nomeado pelo decreto de 5 de julho de 1900, passou a exercer funções como lente proprietário de Higiene (13.ª cadeira). Em 1901 foi incumbido de instalar e dirigir no Porto os Serviços Especiais de Instrução Sanitária Técnica (lei de 12 de junho e decreto de 24 de dezembro). Entre 1895 e 1910 regeu o Curso Auxiliar de Propedêutica Médica durante os anos letivos de 1895 a 1900, 1903 a 1906 e 1907 a 1910) e o Curso de Nevropatologia e Psiquiatria (entre 1895 e 1898) a título gracioso. Em 1911, por força do decreto de 22 de fevereiro que reorganizou o ensino médico em Portugal, foi nomeado professor ordinário da 5.ª classe – História, Bacteriologia e Parasitologia, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
Em 1903 fundou e dirigiu o Museu de Higiene, anexo à EMCP. A proposta que apresentou de criar o Instituto de Higiene foi aprovada pela Faculdade de Medicina e pelo Senado da Universidade do Porto (1912). Foi diretor da Faculdade de Medicina entre 1922 e 1923.

Paralelamente à carreira universitária, João Lopes Martins desempenhou diversas funções e assumiu inúmeras responsabilidades. Foi diretor do Curso de Medicina Sanitária do Porto e do Observatório Meteorológico da Escola Médico-Cirúrgica, residente da Junta Distrital de Higiene do Porto, membro do Conselho Superior de Higiene do Reino, vogal da Comissão Permanente de Profilaxia da Tuberculose, presidente do Instituto de Assistência Nacional aos Tuberculosos da circunscrição do Porto, inspetor sanitário da Universidade do Porto (decreto de 2 de agosto de 1911) e membro da Comissão Central de Meteorologia (decreto de 1 janeiro de 1916).
João Lopes Martins foi, ainda, vereador da Câmara Municipal do Porto (1903-1906), onde dirigiu os pelouros da Instrução e Higiene, presidente da Comissão Executiva do Município (1913-1915), 1.º presidente da Comissão Administrativa do Hospital da Cidade (1914), supervisor da instalação dessa Comissão (1915), ministro da Instrução Pública (1915), deputado e Senador (na legislatura de 1915-1917).
Foi médico-honorário da Real Câmara, representante de Portugal no Congresso Internacional de Higiene e Demografia (Budapeste, 1894), inspetor-geral dos Serviços de Desinfeção Ferroviária do Porto durante a epidemia de peste de final de século, presidente da Secção Bacteriológica da Comissão nomeada pelo Ministério do Reino (1904), vice-presidente da Secção de Epidemiologia do XV Congresso Internacional de Medicina (Lisboa, 1906), membro do Comité de Honra do IV Congresso da Liga Nacional Contra a Tuberculose (Porto, 1907) e do Comité Português da Organização do Congresso Internacional de Higiene e Demografia (Berlim, 1907) e membro honorário do Congresso Internacional de Fisioterapia (Paris, 1908).

Integrou numerosas associações científicas e granjeou elevadas distinções. Foi sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa (1903), da Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa (1897), da Sociedade de Geografia de Lisboa e do Instituto de Coimbra; membro da Sociedade Alemã de Higiene Pública de Berlim, da Sociedade Médico-Psicológica de Paris e da Sociedade Médica de Atenas; membro titular da Sociedade Imperial de Zoologia e Botânica de Viena de Áustria, membro honorário do Instituto Real Sanitário de Londres, membro da Academia Internacional de Letras e Ciências de Nápoles e vice-presidente e delegado em Portugal da International Faculty Of Sciences de Londres.

Foi cavaleiro e oficial da Ordem de S. Tiago, de mérito científico e literário, dignitário da Ordem Militar de Avis, sócio benemérito com a Cruz de 1.ª classe da Sociedade Portuguesa da Cruz Vermelha e condecorado com a medalha militar de comportamento exemplar. Foi-lhe atribuída a Cruz Branca de 1.ª classe do Mérito Militar de Espanha, a medalha de ouro da Cruz Vermelha de Espanha, a Cruz-insígnia da Sociedade Francesa de Socorros aos feridos militares dos exércitos de terra e mar; foi membro titular da Cruz Vermelha do Japão, com a medalha de prata jubilar e a medalha comemorativa da Guerra Russo-japonesa (1904-1905).

Escreveu inúmeros artigos, publicados em revistas e jornais, sobre temas como a higiene, o saneamento e a instrução.

Duelo com Alfredo Magalhães / Duel with Alfredo MagalhãesCom Alfredo de Magalhães protagonizou um episódio insólito na história da Universidade do Porto – um duelo travado a 24 de maio de 1928, pelas 13h00, perto da estrada dos Carvalhos, em Vila Nova de Gaia, que terminou sem ferimentos e com a reconciliação das partes. O incidente foi desencadeado por uma carta de Alfredo de Magalhães dirigida ao diretor da Polícia de Investigação Criminal do Porto e publicada no Correio do Minho a 18 de maio. João Lopes Martins considerou-a ofensiva e exigiu retratação pública ou reparação pelas armas.

Morreu no Porto a 11 de março de 1945.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2014)

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