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Memória U.Porto

Antigos Estudantes Ilustres da Universidade do Porto

Octávio Lixa Filgueiras

Fotografia de Octávio Lixa Filgueiras Octávio Lixa Filgueiras
1922-1996
Arquiteto, etnógrafo e arqueólogo



Foz do DouroOctávio Lixa Filgueiras nasceu na Foz do Douro, no Porto, a 16 de Agosto de 1922.

Em 1940 concluiu o Curso Geral dos Liceus no Liceu Alexandre Herculano daquela cidade. Seguidamente, frequentou o 1º ano dos Estudos Preparatórios de Engenharia, na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Em 1942 pediu transferência para o curso de Arquitetura da Escola Superior de Belas Artes do Porto, o qual concluiu em 1954 com a classificação final de 20 valores. A sua inovadora tese de licenciatura – "Urbanismo: Um Tema Rural" – constituiu o primeiro trabalho teórico-prático da ESBAP, só possível graças à reforma do ensino naquela Escola, promovida pelo seu diretor, o arquiteto Carlos Ramos (1897-1969).

Em 1955 venceu o concurso para Arquiteto da Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais e publicou o primeiro trabalho sobre embarcações do Douro. Entre 1955 e 1957 participou no "Inquérito à Arquitetura Popular em Portugal", realizado por seis equipas compostas por arquitetos, como Alfredo Viana de Lima, José Carlos Loureiro e Mário Bonito. Lixa Filgueiras liderou a equipa da Zona II (Trás-os-Montes e Alto Douro), na qual trabalhou com os colegas Arnaldo Araújo e Carlos Carvalho Dias. Este importante estudo resultou na publicação do livro "Arquitectura Popular em Portugal", em 1961, obra que muito influenciou as gerações seguintes de profissionais de arquitetura.

Carlos RamosEm 1962 começou a lecionar na ESBAP, Escola que deixou apenas em 1991. Em 1967 tornou-se vogal da 4ª Subsecção da 2ª Secção da Junta Nacional da Educação (Património Arquitetónico/Urbanístico), cargo que manteve até 1977.

Entre 1970 e 1973 fez parte da Comissão de Intercâmbio do Instituto de Alta Cultura e, logo a seguir, trabalhou como Inspector Superior de Belas-Artes e da Comissão Nacional do Ano Europeu do Património Arquitetónico, até 1976, ano em que coordenou o processo "Cidade Romana de Braga" e o inquérito "Imóveis do Património a Recuperar", na Junta Nacional de Educação.

Entre 1978 e 1981 integrou o Gabinete do Secretário de Estado da Cultura, então chefiado por David Mourão-Ferreira, sendo-lhe confiado o apoio à formação da futura Delegação Regional do Norte.

Em 1981 foi destacado para o Centro de História da Universidade do Porto, onde se manteve até 1985. Neste ano transferiu-se como professor catedrático para a Faculdade de Arquitectura do Porto, onde veio a dirigiu um seminário de finalistas dedicado a um tema que lhe era muito caro – a Proteção do Património Arquitetónico.
De 1985 até 1993 exerceu funções de membro do Conselho Consultivo do Instituto Português do Património Cultural.

Traineiras, de Lixa FilgueirasNas áreas da Etnologia e da Arqueologia Naval foi bolseiro do Instituto de Alta Cultura, pelo Centro de Estudos de Etnologia Peninsular; realizou o inquérito às embarcações tradicionais portuguesas, uma das suas principais obras, mas que nunca foi integralmente publicada; trabalhou como consultor do Museu da Marinha, onde ajudou a fundar o Grupo de Estudos de História Marítima (1964); integrou o Centro de Estudos da Marinha, em 1970, do qual transitou, em 1978, para a Academia de Marinha e fez parte do Grupo de Trabalho para Defesa do Património Arqueológico Subaquático (1976-1984) e ainda da Comissão de Estudos de Aproveitamento do Leito do Mar, do Gabinete do Chefe do Estado-Maior da Armada.

Como investigador e membro fundador participou em todos os International Symposia on Boat & Ship Archeology. Organizou o IV Simpósio (1985) sobre o tema "Local boats", com conferências no Porto, em Aveiro e em Lisboa.

Foi mentor da arqueologia subaquática, atividade que apoiou em Portugal durante trinta anos. Nesta área destaca-se o seu contributo como delegado português na reunião do Conselho de Ministros da Comunidade Económica Europeia sobre a defesa do Património Cultural Subaquático (Paris, 1979) e no Grupo de Trabalho de redação da respetiva Convenção Europeia (Estrasburgo, 1980-1985). Neste domínio de investigação foi também membro do Hellenic Institute of Marine Archaelogy e membro fundador da associação cultural Arqueonáutica – Centro de Estudos, onde colaborou na escrita do Livro Branco – Arqueologia ou Caça do Tesouro? Para um debate sobre a legislação do património arqueológico subaquático em Portugal, que o movimento cívico a ele associado, e do qual faziam parte investigadores como Francisco Alves, Carlos Carvalho e Óscar Fangueiro, entre outros, ajudou a mudar a legislação dos anos 90 do século XX, a qual beneficiava a exploração comercial do património cultural subaquático no nosso país. A sua grande mensagem consistiu no alerta para a salvaguarda do património marítimo português, causa pela qual sempre se bateu.

Colóquio Internacional de Ílhavo 2008Morreu no Porto a 11 de Março de 1996.

Para os colegas, como o arqueólogo sub-aquático Francisco Alves (diretor do Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática), "Fil", como carinhosamente era tratado pelos amigos e discípulos, foi um grande estudioso e um apaixonado por navios, aos quais dedicou uma considerável parte da sua vida. Foi, também, um homem dedicada ao saber, tendo deixado o mais relevante arquivo pessoal sobre cultura marítima hoje existente em depósito, no Museu Marítimo de Ílhavo.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2008)

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