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Memória U.Porto

Antigos Estudantes Ilustres da Universidade do Porto

Gustavo Bastos

Fotografia de Gustavo Bastos Gustavo Bastos
1928-2014
Escultor, desenhador e professor



Estátua de Joao Pedro Ribeiro de Gustavo Bastos no Palácio da Justiça do PortoGustavo Telles de Faria Correia Bastos nasceu em S. Julião, na Figueira da Foz, no dia 9 de Março de 1928. É filho de Alberto Bastos da Costa e Silva, médico, e de Teresa Cândida Telles de Faria Correia Monteiro.

Cedo se interessou pela arte. Em criança, recortava figuras de animais das brochuras publicitárias do Casino da Figueira da Foz, nomeadamente cavalos, um tema que veio a ser central na sua obra.
Aos 17 anos de idade foi premiado numa exposição da Mocidade Portuguesa, com a Escultura Equestre do Infante D. Henrique.

Estudou no Liceu Bissaya e Barreto, na Academia Figueirense, na Figueira da Foz, e no Colégio Interno de Brás Garcia de Mascarenhas, em Oliveira do Hospital. Fez os exames do 6º ano no Liceu D. João II, em Coimbra, passando depois para o Colégio Dr. Dias Valente, no Estoril. Os exames do 7º ano foram realizados no Liceu de Camões.

Em 1949 foi admitido no curso Especial de Escultura da Escola de Belas Artes do Porto, que frequentou durante algum tempo. Em 1952, já em Lisboa, concluiu o 4º ano do curso, mas logo voltou ao Porto para se inscrever de novo na ESBAP, no Curso Superior de Escultura. Como prova final apresentou, em 1954, a escultura Jovem, classificada com 20 valores.
Durante o período de aprendizagem foi acompanhado, entre outros, pelos pintores Heitor Cramês, Joaquim Lopes e Dordio Gomes e pelo escultor Barata Feyo.

Em 1955, o Presidente do Conselho Escolar conseguiu que o prémio atribuído pelo Rotary Club aos melhores alunos, lhe fosse entregue.

Lecionou no ensino secundário durante quatro anos, e frequentou o curso de Ciências Pedagógicas na Faculdade de Letras de Coimbra.

Esteve representado na 1ª Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian e nas Exposições Magnas da ESBAP.

Em 1958 começou a lecionar na ESBAP como Professor Assistente, tendo prestado provas para Professor Titular em 1962, com a apresentação de um modelo de figura e de uma grande composição, como era usual. Entre 1972 e 1975 foi bibliotecário dessa Escola. Em 1995 tornou-se o primeiro Professor Catedrático da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto em Escultura. Em 1997, jubilou-se.

Entretanto, em 1960, foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian.

Na sua carreira destaca-se, também, a sua ação como vogal na secção de Edifícios e Monumentos Nacionais da Junta Nacional da Educação; o ter sido membro da Academia Nacional de Belas-Artes e do Conselho Científico da ARCA-ETAC (Escola de Tecnologias Artísticas de Coimbra), instituição onde também lecionou.

Os 4 cavaleiros do ApocalipseAutor de uma obra vasta e coerente, insere-se naquela que é chamada a escola de Barata Feyo, tantas vezes esquecida pelo facto de estar associada a um período histórico controverso, o Estado Novo.

Gustavo Bastos tem trabalhos da sua autoria em vários espaços públicos nacionais. No Porto, podem encontrar-se, entre outras, a estátua O Repouso, moldada em cimento em 1953, e implantada no Jardim da Escola de Belas Artes do Porto (atual FBAUP); a estátua pedestre em granito de João Pedro Ribeiro, à entrada do Palácio da Justiça (1961); dois relevos das torres dos ascensores da margem Sul da Ponte da Arrábida (O Génio do rio Douro e O Homem dominando as águas do rio Douro) de 1963; Aos construtores da Estação, no átrio da Estação de S. Bento (1971); a Estátua equestre de D. Afonso Henriques, pensada para a Praça da República mas colocada no Museu Militar (1984); o baixo-relevo de S. Martinho, em betão aparente, na parede do Presbitério da Igreja de S. Martinho de Aldoar (1988); o Monumento a Sá Carneiro, na Praça Francisco Sá Carneiro, encomendada em 1990 no X aniversário do acidente de Camarate e inaugurada em 1991; o conjunto escultórico Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse (comprado em 1969 e inicialmente depositado no pequeno jardim no cruzamento das avenidas da Boavista e Marechal Gomes da Costa) e a escultura alegórica a Serpente, no Jardim das Virtudes, desde 1993; o Grupo em bronze Camponeses no Mercado Abastecedor (1994); Gaivota, escultura em bronze, do Edifício-Sede da Fundação António Cupertino de Miranda (1994) e o retrato em bronze de José Vitorino Damásio, na Pasteleira, inaugurado em 1998 no cinquentenário da Associação Industrial Portuense.

Monumento a Sá Carneiro na Praça VelasquesOutras obras emblemáticas são a escultura de vulto de Inês de Castro, as estátuas de D. João III e de Diogo Afonso, em Cabo Verde, a de Francisco Sá Carneiro, na Póvoa de Varzim; as estátuas da Justiça em Mirandela, Tondela, Alijó e Lisboa; os relevos para o Palácio da Justiça de Lisboa e para as frontarias do Casino da Figueira da Foz e da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra.

A sua obra está representada em vários espaços de referência, como o Museu Nacional de Soares dos Reis e o Museu Militar, no Porto; a Câmara Municipal de Matosinhos; o Museu Nacional de Machado de Castro, em Coimbra; o Museu de Ovar e a Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Em 1989 foi organizada uma exposição retrospetiva da sua obra no Museu Municipal da Figueira da Foz.

Gustavo Bastos é contemporâneo de Arlindo Rocha, de Lagoa Henriques, que acabou o curso na mesma altura que ele e com a mesma classificação, de Jorge Vieira e de Aureliano Lima.

Do primeiro casamento com Isabel Maria Reymão Nogueira Cerveira Pinto teve duas filhas (Mafalda e Alexandra) e, do segundo, com Cristina de Freitas, teve um filho (Jorge).

Faleceu no Porto em 2014.

(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2009)

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