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Memória U.Porto

Antigos Estudantes Ilustres da Universidade do Porto

Clara Menéres

Fotografia de Clara Menéres Clara Menéres
1943-2018
Escultora



Escultura de Clara Menéres em Vila Nova de CerveiraA 22 de Agosto de 1943 nasceu na Casa de Vilar, em S. Vítor, Braga, Maria Clara Rebelo de Carvalho Menéres.

No Porto estudou escultura (cursos Superior e Complementar) na Escola Superior de Belas Artes do Porto, tendo concluído a licenciatura em 1968, com a apresentação do trabalho "A Menina Amélia que vive na Rua do Almada".

Nesses tempos passados na ESBAP, foi discípula dos mestres Barata Feyo, Lagoa Henriques, Heitor Cramez e Júlio Resende, e começou a expor. Estreou-se nas mostras coletivas nas Exposições Magnas da FBAUP, e individualmente, em 1967, na Galeria Borges de Aveiro, mostrando cerâmica.

Posteriormente, entre os finais dos anos setenta e o início da década de noventa prosseguiu os seus estudos em França e nos Estados Unidos, como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação Luso Americana. Em 1983 doutorou-se em Etnologia na Universidade de Paris VII, e entre 1989 e 1991 foi Research Fellow do Center for Advanced Visual Studies do Massachusetts Institute of Technology.

jaz morto e arrefece o menino de sua mãe de Clara Menéres (1973)Entretanto, começou a ensinar. Primeiro na ESBAP, depois na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa (1971-1996), instituição onde ascendeu ao título de Professora Agregada, e exerceu o cargo de Presidente do Conselho Diretivo (1993-1996), e por fim na Universidade de Évora, onde é Professora Catedrática Emérita.

Os temas dominante da sua obra escultórica são os mitos fundadores, e cultos solares, aquáticos, e essencialmente de fecundidade, bem evidente em obras como "Papisa" ou "Coincidentia Oppositorum" (1983), dos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, "Relicário", "Fogo Fátuo III ou Igniculli Terra Emicantes" (1987) e "Alba Navis" (1987). Outros temas são, a alegoria da morte ("Os Amantes ou Restos Arqueológicos de uma viagem para a morte" com o qual alcançou o Prémio de Escultura da IV Bienal Internacional de Vila Nova de Cerveira); a intervenção cívica (apresentou "Jaz morto e arrefece o menino de sua mãe" na SNBA, em 1973 e no pós 25 de Abril integrou o Grupo ACRE, com Queiroz Ribeiro e Lima de Carvalho); as reflexões científicas e filosóficas (exposição "Da terra à Luz ou a Coincidentia Oppositorum entre Nicolua de Cusa e Max Planck") e as temáticas bíblicas.

Monumento a Salgueiro Maia de Clara Menéres em Castelo de VideEm peças como "Mulher-Terra-Viva", apresentada na exposição "Alternativa Zero" de 1977, em Belém, deixou transparecer influências da Land Art (Arte Ecológica), enquanto esculturas como "A grande espiral" no I Simpósio de Escultura de 1988, o "Monumento ao viajante", de Guimarães (1991), "Monumento a Willy Brandt", Porto (1993), e o "Monumento a Salgueiro Maia", Castelo de Vide (1994) se assumiram como intervenções de arte pública que resultam sobretudo das investigações da autora sobre as relações entre arte e natureza.

Presépio (múltiplo de escultura) de Clara   Menéres (2001)Nos anos oitenta redescobriu a luz na sua escultura, vindo a afirmar-se como uma "light sculptor".

Mais recentemente, produziu para o Santuário de Fátima a imagem da Pastora Jacinta (2000) e “O Anjo da Paz” (2016). A sua última obra foi a estátua de João Paulo II, inaugurada na Páscoa de 2018, na rotunda da Maia.

A artista e professora dedicou-se também à investigação artística e à participação na vida cultural e política do país. Integrou a I Conferência sobre "A representação do sagrado no mundo da imagem", associou-se ao Programa Cultural do Congresso Feminista 2008, no qual esteve patente o painel fotográfico "Clara Meneres. Escultura. Obra retrospetiva entre os anos 1968-1980".

Foi membro efetivo do MIC (Movimento de Intervenção e Cidadania), formalmente instituído em 2006, e em 2009 candidatou-se às Eleições Europeias pelo MPT (Partido da Terra) e à Assembleia da República pela coligação Frente Ecologia e Humanismo.

Morreu em Lisboa a 10 de maio, aos 74 anos de idade.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2009)

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