Código: | EL-SD3001 | Sigla: | EL-SD3001 |
Áreas Científicas | |
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Classificação | Área Científica |
OFICIAL | Eletrónica e Sistemas Digitais |
Ativa? | Sim |
Página Web: | https://moodle2425.up.pt/course/view.php?id=4698 |
Unidade Responsável: | Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores |
Curso/CE Responsável: | Licenciatura em Engenharia Física |
Sigla | Nº de Estudantes | Plano de Estudos | Anos Curriculares | Créditos UCN | Créditos ECTS | Horas de Contacto | Horas Totais |
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L:EF | 65 | Plano estudos a partir do ano letivo 2021/22 | 3 | - | 6 | 52 | 162 |
Docente | Responsabilidade |
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Manuel Cândido Duarte dos Santos | Regente |
Teóricas: | 2,00 |
Teórico-Práticas: | 0,00 |
Práticas Laboratoriais: | 2,00 |
Tipo | Docente | Turmas | Horas |
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Teóricas | Totais | 1 | 2,00 |
Manuel Cândido Duarte dos Santos | 2,00 | ||
Práticas Laboratoriais | Totais | 3 | 6,00 |
Patricia Sofia Monteiro Soares | 4,00 | ||
Manuel Cândido Duarte dos Santos | 2,00 |
A unidade curricular de Instrumentação e Medição tem como principais objetivos: i) proporcionar às/aos estudantes uma compreensão abrangente dos princípios de medição e da sua aplicação na engenharia, promovendo o desenvolvimento de competências fundamentais para a medição adequada de parâmetros de sinais elétricos e de quantidades físicas; e ii) dotar as/os estudantes dos conhecimentos necessários para projetar e implementar soluções de aquisição de dados para sistemas de medição de precisão.
Em certa medida, pretende-se instituir a avaliação da qualidade da medição como uma prática padrão na apresentação de resultados experimentais, recorrendo à aplicação dos parâmetros de incerteza descritos nos manuais de operação sempre que forem utilizados instrumentos de medição certificados. O intuito é incutir boas práticas na medição, quantificando sistematicamente as incertezas associadas e, por conseguinte, fomentar o pensamento analítico e o rigor na apresentação dos resultados experimentais. Por outro lado, é proposta uma transição da perspetiva de utilização para a realidade de conceção de sistemas de medição, em que as/os estudantes são introduzidos às técnicas de projeto aplicadas ao desenvolvimento e implementação de instrumentos de medição. Esta vertente pedagógica sensibiliza para as fontes intrínsecas de incerteza introduzidas pelos circuitos eletrónicos que constituem os instrumentos, bem como os métodos para as mitigar tanto na fase de projeto como durante a operação.
Em suma, pretende-se: consciencializar que o resultado de uma medição só tem significado quando acompanhado da respetiva indicação de incerteza associada; e dotar as/os estudantes das ferramentas necessárias para essa análise. Além disso, procura-se aprofundar a compreensão sobre as arquiteturas de medição mais adequadas a cada tipo de mensuranda, identificar a origem de incertezas nesses circuitos, examinar como se propagam e avaliar o seu impacto no resultado da medição.
Os resultados de aprendizagem nesta Unidade Curricular são avaliados pela capacidade de:
Para atingir o objetivo acima referido, as/os estudantes deverão desenvolver as competências a seguir descritas.
Conhecimentos básicos de análise de circuitos elétricos e eletrónica fundamental.
Os conteúdos programáticos encontram-se estruturados nas quatro componentes seguintes.
Esta primeira componente centra-se nos erros fundamentais inerentes a qualquer medição, enfatizando a sua aleatoriedade estatística. Introduz o conceito de "incerteza" e o seu papel crítico em aplicações de engenharia. A medição e a incerteza são apresentadas como uma relação inseparável de ação-reação, proporcionando às/aos estudantes ferramentas para aplicar sistematicamente a análise de incertezas em experiências laboratoriais. Esta abordagem promove a consciencialização das limitações da medição e incentiva a interpretação crítica dos resultados.
Esta segunda, e maior, componente fornece uma base abrangente no processo de captura, condicionamento e conversão de sinais eléctricos em dados digitais. Engloba os blocos construtivos fundamentais dos sistemas de aquisição de dados. Estes incluem os circuitos analógicos para interfaces de entrada, circuitos de condicionamento de sinais, conversores analógico-digitais (ADCs) e técnicas de processamento de sinais digitais. Enfatizam-se as caraterísticas de desempenho dos ADCs, tais como resolução, taxa de amostragem, ruído de quantização, arquitetura, bem como o impacto do fenómeno "aliasing" e a importância dos filtros "anti-aliasing". Adicionalmente, esta componente visa dotar as(os) estudantes de uma compreensão profunda dos circuitos analógicos essenciais utilizados em instrumentação, tais como amplificadores operacionais e de instrumentação, filtros, multiplexadores e interfaces digitais, com especial atenção para as considerações de projeto com amplificadores de instrumentação de precisão, técnicas de redução de ruído, métodos de isolamento elétrico e outras questões de integridade de sinal.
Partindo dos princípios básicos do condicionamento de sinais para o contexto da medição, esta secção centra-se no estudo de instrumentos digitais normalmente utilizados para medir grandezas eléctricas. Estes instrumentos incluem, entre outros, multímetros para medir tensão, resistência e outras propriedades eléctricas, bem como analisadores de formas de onda, tais como osciloscópios, que são utilizados para medir caraterísticas de sinais como valores pico-a-pico e RMS de sinais de tensão periódicos. O objetivo é explorar estes instrumentos em detalhe, realçando os seus princípios de funcionamento, considerações de projeto e capacidades de medição. Como resultado, as/os estudantes adquirem uma compreensão mais profunda de como operar esses instrumentos de forma eficaz e obtêm referências de circuitos para projetos futuros.
Esta secção aborda a medição de grandezas não elétricas e introduz uma vasta gama de transdutores. Estes são estudados em pormenor em termos dos mecanismos físicos fundamentais. Adicionalmente, a aplicação destes dispositivos é aprofundada através do estudo de interfaces de circuitos eletrónicos apropriados e de condicionamento específico para cada transdutor.
Os métodos de ensino e as atividades de aprendizagem desta disciplina integram a fundamentação teórica com vista à aplicação prática direta. Esta abordagem permite uma compreensão mais sólida dos conceitos fundamentais, através da realização de experiências práticas que enfatizam a aplicação de técnicas de medição e a conceção de vários sistemas de medição, tanto de grandezas elétricas como de grandezas não elétricas.
Na componente de Medição, as aulas teóricas fornecem uma base estruturada que introduz os princípios básicos, as normas metrológicas e os métodos analíticos necessários para realizar medições precisas e interpretar dados. Na componente de Instrumentação, são estudados os princípios de funcionamento dos sistemas de medição e as tipologias dos circuitos eletrónicos mais comuns, aprofundando detalhes de implementação e introduzindo exemplos de aplicação prática no contexto da engenharia. A interatividade com as/os estudantes é promovida em todas as vertentes, em particular nas mais relacionadas com as limitações e problemas comuns das vários implementações práticas. Sob a forma de uma discussão aberta, as/os estudantes são desafiados a analisar as soluções mais típicas, promovendo assim o pensamento crítico sobre os detalhes dos temas abordados.
As aulas práticas têm como objetivo complementar e reforçar a estrutura teórica, envolvendo as/os estudantes em procedimentos experimentais com recurso a equipamento laboratorial. Através destas atividades práticas, as/os estudantes desenvolvem competências essenciais em calibração, aquisição de dados e análise de incertezas com instrumentos de laboratório. As/os estudantes também participam em vários projetos de implementação de sistemas de medição, colaborando na conceção e execução de experiências, na interpretação de resultados e na avaliação crítica das limitações de medição. Esta abordagem equilibrada permite dotar as/os estudantes dos conhecimentos e da proficiência técnica necessários para uma aplicação eficaz na engenharia e na investigação. A eficácia da integração da teoria e da experimentação prática é avaliada através de várias sessões de avaliação prática em aula com a/o docente, da produção de documentação técnica pelas/os estudantes e da apresentação oral do trabalho aos seus pares.
Designação | Peso (%) |
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Trabalho laboratorial | 18,00 |
Exame | 40,00 |
Trabalho prático ou de projeto | 42,00 |
Total: | 100,00 |
Designação | Tempo (Horas) |
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Estudo autónomo | 80,00 |
Frequência das aulas | 26,00 |
Trabalho laboratorial | 26,00 |
Elaboração de projeto | 36,00 |
Total: | 168,00 |
A frequência das aulas práticas é obrigatória e está sujeita ao número máximo de faltas admissível.
A justificação de uma falta não anula a contagem do trabalho para efeitos de classificação.
Estudantes que tenham frequentado aulas laboratoriais em anos letivos anteriores podem manter essa componente de classificação. Esta opção é automaticamente concedida se não se inscreverem em nenhuma aula de laboratório. Caso contrário, a classificação laboratorial anterior será anulada de forma definitiva.
A classificação final (C), na escala de 20 valores, é calculada da seguinte forma:
C = 0,40 × E + 0,60 × min{ P, E + 4 }
onde:
sendo P determinado por:
P = 0.15 × ( LAB1 + LAB2 ) + 0,35 × ( PRJ1 + PRJ2 )
em que:
As aulas de laboratório iniciais centram-se em práticas exemplares de implementação de circuitos em placa de ensaio e na aplicação de técnicas adequadas de medição. O progresso das/os estudantes nesta componente é avaliado ao longo destas várias aulas, culminando numa avaliação oral de cada elemento do grupo, que inclui uma série de procedimentos de teste a executar. Esta componente de avaliação é designada por LAB1.
As aulas laboratoriais finais são dedicadas à comunicação com transdutores através de interfaces digitais. O desenvolvimento do trabalho das/os estudantes e as demonstrações experientais durante estas aulas são o objetivo da avaliação indicada como LAB2.
Nas aulas laboratoriais serão realizados dois projetos (nomeadamente PRJ1 e PRJ2) que envolvem a implementação de cadeias de medição completas.
O PRJ1 é concluído com a entrega de uma ficha técnica contendo todas as especificações relevantes e métricas de desempenho do trabalho desenvolvido por cada grupo de estudantes.
O PRJ2 termina com uma apresentação oral (em aula) do trabalho desenvolvido.
As avaliações PRJ1 e PRJ2 não se limitam às entregas solicitadas em cada um destes projetos, mas abrangem também o desenvolvimento contínuo dos trabalhos e o desempenho individual demonstrado pelas/os estudantes nas aulas.
O trabalho laboratorial proposto é de realização obrigatória para todas/os estudantes, incluindo estudantes com estatutos especiais.
Estudantes com estatuto especial estão sujeitas/os às mesmas avaliações que as/os estudantes regulares.
Componente teórica: através da realização de exame de avaliação em época própria para o efeito.
Componente prática: através da realização de todas as atividades laboratoriais no ano letivo seguinte, em aula, com obrigatoriedade de inscrição numa turma prática.
Serão participadas quaisquer práticas detetadas e identificadas como fraudulentas ou impróprias que violem o disposto no "Código Ético de Conduta Académica para a Universidade do Porto".