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CICLO CINEMA EDUCAÇÃO | Casa das Artes
março 2014, Casa das Artes (Sala Henrique Alves Costa)
CICLO CINEMA EDUCAÇÃO
(filmes seguidos de conversas)
Março 2014, Casa das Artes (Sala Henrique Alves Costa)
Uma reflexão sobre a educação a partir do cinema é o que propõe o ciclo Cinema-Educação, que decorrerá na Casa das Artes ao longo do mês de março, com uma mostra de filmes seguidos de conversas.
Sempre à segunda-feira, às 21h30, com início a 10 de março, este ciclo, organizado por um grupo de estudantes do mestrado em Ensino de Artes Visuais da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação e da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, em parceria com a Medeia Filmes, e com o apoio do Núcleo de Educação Artística do I2ADS, do Goethe Institut, do Cineclube do Porto e da DRCN, pretende «pensar a acção e participação nos processos de formação» e «fazer emergir as questões imanentes às práticas educat; ivas, artísticas e investigativas para lançar sobre elas um olhar que permita perscrutá-las».
A abrir o ciclo, já na próxima segunda-feira, o filme que foi Urso de Ouro (Melhor Filme) no Festival de Berlim: MEL, de Semih Klapanoglu, um dos realizadores mais proeminentes do actual cinema turco, cujas obras têm vindo a ser exibidas e premiadas nos maiores festivais do mundo (incluindo Cannes e Veneza). "Mel" assume influências de Tarkovski e Bergman e seduziu o júri presidido por Werner Herzog. Na altura, Francisco Ferreira escreveu no Expresso que o filme é "uma parábola da infância e dos seus segredos. Uma profissão de pura fé no poder da mise-en-scène. De uma beleza arrebatadora."
No final da sessão haverá uma conversa com André Oliveira e Sousa, Eduardo Morais e Paulo Teixeira de Sousa, aberta à participação do público.
10 março, 21h30: MEL
Bal (2010)
um filme de Semi Kaplanoglu
seguido de conversa com André Oliveira e Sousa, Eduardo Morais e Paulo Teixeira de Sousa
17 março, 21h30: ELEPHANT
Elephant (2003)
um filme de Gus Van Sant
seguido de conversa com Rui Trindade e Fernando José Pereira
24 arço, 21h30: O ENORME SONHO
Der ganz grosse Traum (2011)
um filme de Sebastian Grobler
seguido de conversa com José Alberto Lemos e Paulo Nogueira
31 março, 21h30: DENTRO DE CASA
Dans la Maison (2012)
um filme de François Ozon
seguido de conversa com Rui Lage e Vítor Martins
bilhetes: 4 euros (a bilheteira abre meia hora antes da sessão)
MEL / BAL / HONEY
um filme de Semih Kaplanoglu
com Bora Altas, Erdal Besikçioglu, Tülin Özen
Alemanha/ Turquia,2010
Festival de Berlim 2010 > Urso de Ouro (Melhor Filme) | Prémio do Júri Ecuménico
«[Em] "Honey" Yusuf tem 6 anos. Começou a ir à escola e a aprender a ler e escrever. O pai é apicultor, trabalho perigoso que o leva a trepar a árvores na floresta para recolher as colmeias. Para o pequeno Yusuf essa floresta é um mistério. Fá-lo sonhar, embora o pai o avise de que os sonhos não se devem contar a ninguém: podem anunciar provações terríveis. [...] planos-sequência majestosos, uso exclusivo de luz natural. [...] objectivamente o filme é belo. Mas também solene. E sufocado de talento. Kaplanoglu falou dos valores da natureza, de toda uma cosmogonia inatacável e da influência de Vermeer...»
Francisco Ferreira, Expresso (" 'Honey', de Semih Klapanoglu, venceu a 60ª Berlinale. Balanço da melhor edição da década")
«Yusuf (interpretado pelo talentoso Bora Atlas) é um rapazinho que vive com os pais, nos confins do Mar Negro - a sua dificuldade de expressão torna-o algo marginal no dia a dia da escola; ao mesmo tempo, o pai inicia-o na delicada arte de tratar das colmeias e é, de facto, o único com quem consegue estabelecer um diálogo regular. Este brevíssimo resumo do filme "Mel" poderá ajudar-nos a compreender a sua especificidade, mas também o seu tocante universalismo. Esta é, afinal, uma história de um mundo remoto, quer em termos geográficos, quer nas suas relações familiares e sociais; ao mesmo tempo, a odisseia de Yusuf possui todas as componentes de uma pequena epopeia sobre os mistérios do amor e os laços (ou as barreiras) entre crianças e adultos. »
João Lopes, Cinemax
« Kaplanoglu mostra-nos a infância em estado puro que guardamos pela vida fora: a curiosidade da descoberta dos sentidos, a vontade da expressão individual e a timidez que a impede de se soltar, e o eterno elo de admiração da criança pelo seu pai, sob o olhar atento da mãe. [...] Mas se é o movimento de Tarkovski que marca o tempo do cinema de Kaplanoglu e a sua busca de abstracção, o realizador turco refere ainda a porta aberta pelos filmes de Ingmar Bergman [...] Como Bergman, Kaplanoglu vai até à raiz de uma vida. Na sua inocência, Yussuf mostra-nos que aquilo que nos forma nunca nos abandonará. Ele sabe que poderá sempre encontrar aquilo que procura na árvore onde o pai ia buscar o mel para levar para casa.»
Francisco Valente, Público
« [...] um olhar sobre a província turca, captado na bifurcação entre um modo de vida tradicional (as coisas que a terra dá, ainda que por intermédio dos animais: os ovos, o leite, o mel) e a perspectiva de uma outra coisa, muito mais difusa, a que se podia chamar a "modernidade". [...] uma capacidade imaculada de se colocar entre o olhar dos adultos e o olhar do miúdo protagonista, para dar a ver um mundo que é sempre, ao mesmo tempo, muito misteriosos e muito familiar - características que marcam, em especial, toda a relação com a natureza (a terra e as árvores, mas também o céu e as nuvens) [...].»
Luís Miguel Oliveira, Público
« [...] Assombroso desempenho de Boras Altas (na altura com 7 anos de idade) e fotografia perfeita de Baris Ozbicer. [há um] forte vínculo afectivo entre pai e filho. Eles sussurram entre si e o menino aprende sobre o espaço e o tempo, a natureza dos pássaros e os seus nomes, o aroma e o sabor das flores [...] A luta do menino para ler e agradar ao professor contrasta com a sua segurança na floresta [...].
The Hollywood Repórter
Casa das Artes, Rua Ruben A., 210, Porto
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